"Não há fundamento para a noção amplamente divulgada de que EKKLÉSIA ( εκκλησία ) signifique um povo ou um número de indivíduos "chamados para fora" do mundo ou etnia humana " (F. J. A. Hort, Op. Cit.).
Há que se considerar ainda, que a "EKKLÉSIA" dos dias apostólicos, aludia, sobretudo, a uma "convocação" de caráter laico ou civil, não estando necessariamente atrelada ao "Serviço Sagrado". Portanto, ao recorrer ao vocábulo em pauta, os autores neotestamentários adaptaram-no ao seu particular contexto, revestindo-o de uma inusitada significação.
Temos assim, por uma justa correspondência de idéias, propósitos e grafia a "CONGREGAÇÃO CRISTÃ" ("EKKLÉSIA CHRISTIANA"), em oposição ou, paralelamente à "CONGREGAÇÃO JUDÁICA" (ou Mosáica). Por "corruptela", pareceu conveniente a determinados tradutores neotestamentários verter “EKKLÉSIA” por “IGREJA”. Tal expressão, entretanto, obscurece a real acepção da palavra, induzindo o leitor leigo a conjecturas nem sempre procedentes. Além disso, e por condicionamento cultural irregularmente conduzido, passou-se a “ressignificar” a terminologia, atribuindo-lhe a inapropriada idéia de local ou templo (conforme já averiguado e, devidamente pontuado William Tyndale, dentre diversos outros autores reformistas).